Travessia da Caverna do Diabo, Eldorado, São Paulo.
A Caverna do Diabo encontra-se
localizada na região Vale do Ribeira, na parte sul do estado de São Paulo,
sendo escavada pelas águas das chuvas e dos rios da região por milhões de anos.
A caverna mede cerca de 6 km e
apenas cerca de 500 m encontra-se aberto ao público. O restante da caverna só
pode ser percorrido por cientistas das áreas de Arqueologia, Biologia,
Espeleologia e ciências afins.
"Dentro do Diabo" - Juvandi |
Como membro efetivo da Sociedade
Brasileira de Espeleologia (SBE) e dirigente do Grupo Paraíba de Espeleologia
(GPE/UEPB), arqueólogo e espeleólogo, participei entre os dias 15 e 19 de Julho
do 33º Congresso Brasileiro de Espeleologia, em Eldorado.
Além das atividades acadêmicas
do congresso, tivemos as atividades de campo e, dentre muitas, uma delas foi à
travessia da Caverna do Diabo.
Olha o corpo cintura de violão. Belo espeleotema. |
São milhares de espeleotemas,
com destaque para a face do DIABO, o Altar, a Mão do Diabo, o Rinoceronte, a
Cabeça do Dinossauro e as centenas de estalagmites, estalactites, cortinas,
pinheiros, cabelo de anjo etc.
A travessia é difícil, pois
praticamente fica-se no leito do rio que percorre toda a imensa caverna. A
profundidade do rio no decorrer da travessia varia, podendo apresentar de 50 cm
até 2 m de profundidade, o que causa certo temor aqueles que atravessam os
inúmeros afloramentos calcários afiados e pontiagudos que cortam ao menor toque
e descuido do espeleólogo.
Espeleotemas em calcário |
Apesar das dificuldades na
travessia, que durou cerca de 10 horas, do frio intenso, do perigo constante,
do isolamento e da escuridão, vale a pena a travessia do Diabo. Mesmo que ao
final o cansaço, a exaustão total, o frio e o par de botas simplesmente
destruído pelas águas do rio que corta o Diabo e das pedras calcárias afiadas,
valeram a pena e recomendo a aventura.
Até o próximo Congresso
Brasileiro de Espeleologia em 2017. Com uma bota nova, claro.
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