terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Vandalismo em Sítio Arqueológico e Espeleológico da Paraíba

Juvandi de Souza Santos*

Quem conhece a Paraíba, especialmente os Sertões (interior) sabem da existência de um rico patrimônio natural e cultural dos mais relevantes do Brasil. 

Pixação em um dos painéis rupestres do sítio Poço Doce
O Vale dos Dinossauros, as Itacoatiaras do Ingá, o Lajedo de Pai Mateus, a Pedra da Boca, as cidades históricas de Areia, Cabaceiras, Bananeiras etc., e os sítios espeleológicos em granito de rara beleza, a exemplo dos existentes em Queimadas, Fagundes, Araruna, Damião etc., são visitados por milhares de pessoas que desavisados ou por não receberem nenhuma noção de Educação Ambiental e Patrimonial, depredam os locais, transformando, em muitos dos casos esses ambientes em áreas de risco.

Descida de rapel no sítio arqueológico/espeleológico Poço Doce
Recentemente, visitamos uma nova área que vem sendo aberta para a prática de esportes radicais (montanhismo, rapel, tirolesa etc.), tratando-se o local no município de Damião (Agreste da Paraíba), de rara beleza cênica. Os problemas que encontramos ao visitarmos o imenso abrigo rochoso denominado de Poço Doce, voltado para o vale do rio Curimataú, são os já conhecidos: apesar de o local ser de difícil acesso, os visitantes muitas vezes levam em suas mochilas, tinta, carvão, cinzel e martelo para vandalizar o local. O resultado é o início da destruição de um dos locais mais bonitos do interior da Paraíba que ainda guarda resquícios do bioma caatinga quase intocável. Mas nossa principal preocupação é com relação à inércia dos órgãos fiscalizadores, pois o risco de destruição dos painéis rupestres do imenso abrigo rochoso é real. 

Equipe do Grupo Paraíba de espeleologia/SPA em atividade de levantamento
Não pretendemos o fechamento do local para aqueles que praticam esportes radicais, nem tampouco para os visitantes dos magníficos painéis rupestres da Tradição Agreste, apenas lutamos para que os órgãos públicos assumam sua parte: o de fiscalizar e proceder com atividades educativas e não deixar que cavidades naturais e sítios arqueológicos do Vale do Curimataú, na Paraíba, não siga o terrível destino de outros tantos monumentos naturais e culturais do Estado, a sua completa destruição.

*Arqueólogo/Historiador

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Endereço

Antiga Faculdade de Administração da UEPB, Av. Getúlio Vargas, S/N, 2º andar (por trás dos Correios), Campina Grande-PB

Contato

Prof. Juvandi de Sousa Santos
juvandi@terra.com.br

Atualizações:
Thomas Bruno Oliveira (thomasarqueologia@gmail.com)

Acessos

  © Grupo Paraíba de Espeleologia

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